Gerenciamento de resíduos, o que se pode aproveitar da demolição

demolição de uma casa em porto belo com uma retrosecavadeira amarela

O setor da construção civil é um dos movimentadores da economia brasileira. No entanto, ele também apresenta grande impacto na produção de resíduos, sendo responsável pela produção de 50% de todo o país.  Com a preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente, reutilizar materiais descartados está deixando de ser um diferencial e se tornando obrigatório. Hoje a Terra Brasil vai falar sobre o gerenciamento de resíduos e como você pode aproveitar entulhos provenientes de demolições.

Em primeiro lugar, temos que ter noção de que qualquer projeto de construção civil vai deixar algum tipo de resíduo. Isto é inerente ao setor. Por isso mesmo os responsáveis pela obra precisam levar em conta estas questões antes de dar início à preparação do terreno, por exemplo. Nesse sentido, o gerenciamento de resíduos não é algo novo, mas que está cada vez mais presente nas obras.

Conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o nome dado para os resíduos originários da construção civil é entulho. E, para esta nomenclatura, podemos dividir também entre entulhos de construção e de demolição. Basicamente, os de construção são compostos por restos e fragmentos de materiais, enquanto o de demolição é composto apenas por fragmentos. Para definir os tipos de entulho, que deverão ser enquadrados no gerenciamento de resíduos, o Conama realizou a especificação técnica em quatro classes:  A, B, C, D).

Classe A: São resíduos reutilizáveis ou recicláveis. Podem vir de reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem. Também podem surgir de reformas e reparos de edificações ou do processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto. Como exemplo podemos citar: tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto, blocos, tubos, meios-fios, entre outros.

Classe B: São resíduos recicláveis com outras destinações. Temos como exemplo: plásticos, gesso, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, entre outros.

Classe C: São resíduos que não apresentam aplicação econômica viável para recuperação ou reciclagem. Exemplos: Estopas, lixas, panos e pinceis desde que não tenham contato com substância que o classifique como D.

Classe D: São resíduos compostos ou em contato de materiais/substâncias nocivos à saúde. Solvente e tintas; telhas e materiais de amianto; entulho de reformas em clínicas e instalações industriais que possam estar contaminados.

Obtendo maior noção do que são os entulhos e quais os seus tipos, podemos estar mais cientes de como eles deverão entrar no gerenciamento de resíduos. Assim, podemos agora entrar na questão de como fazer o reaproveitamento.

Como aproveitar resíduos da demolição com o gerenciamento de resíduos

Antes de mais nada, devemos ressaltar que para que os resíduos ou entulhos passem pelo gerenciamento de resíduos para o reaproveitamento eles devem ser limpos. Os passos realizados para a reciclagem são basicamente: triagem, trituração e classificação dos materiais. Isto pode ocorrer na própria obra ou, se não for possível, existem pontos para recolhimento que recebem os descartes e fazem a destinação correta. A maior parte dos entulhos reciclados acabam retornando para a indústria da construção civil.

Realizar o processo de reciclagem é muito importante para a natureza, já que poupa recursos hídricos, desmatamento de áreas com pedreiras, evita o descarte irregular e ainda gera renda e trabalho para muitas pessoas. Estima-se que 42% dos materiais recuperados são vendidos para construtoras e pavimentadoras, e o restante é distribuído para órgãos públicos, pessoas físicas e outros.

Com relação aos materiais, a madeira resultante da demolição de casas que esteja em boa condição pode ser utilizada pela indústria moveleira, por exemplo. Nesse sentido, pode-se considerar a venda ou doação dos entulhos para serem reaproveitados. No entanto, se estiverem danificadas, podem ser usadas na obra para caixaria ou enviadas para usinas de trituração. Assim, serão utilizadas na fabricação de papelão.

Os entulhos relacionados ao gesso podem devem ser separados e enviados para usinas, que os transformarão novamente em materiais de gesso utilizáveis. Restos de cerâmica e argamassa pode, por exemplo, ser utilizados para aterro ou enchimento para calçadas ou base de piso, assim evita-se a compra de brita e outros materiais. Também é possível utilizar de resto de argamassa e cerâmicas triturados em pó como aglomerante.

Os vidros de janelas podem ser utilizados, após transformação, em asfalto, blocos de pavimentação e até telhas. Caso não seja possível, podem ser enviados para usinas que fazem o reaproveitamento, transformando em outros objetos de vidro. Como último exemplo, em situações que o loteamento e a construção são pesados, os resíduos de concreto como pedaços de meio-fio e blocos pode ser utilizado na produção de asfalto.

Pense na sustentabilidade da sua obra e pratique o gerenciamento de resíduos. Você vai se dar conta de que muita coisa pode ser reaproveitada.

 

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