Antes de iniciar uma obra é necessário conhecer as características do local que receberá o novo empreendimento. Nesse sentido, os tipos de solo são alguns dos aspectos mais importantes para identificar, pois isso pode impactar diretamente em diversos detalhes fundamentais da construção civil.
Um dos aspectos importantes em que os tipos de solo possuem influência é a fundação da construção. Ela é uma das estruturas mais significativas das obras, já que é responsável por transmitir as cargas das construções ao solo.
Ou seja, qualquer erro pode ser crucial para o projeto, podendo causar até mesmo a sua inviabilização. Desse modo, não conhecer o solo em que está construindo pode causar falhas nas fundações e até mesmo trazer problemas graves durante e após a execução da obra.
Por isso, conhecer os tipos de solo é extremamente importante. A partir disso é possível realizar a escolha do modelo de fundação que vai se adequar corretamente com o aspecto daquele terreno.
Além disso, também é possível iniciar o dimensionamento e execução das fundações, agilizando a obra como um todo.
O que é o solo e quando é necessário fazer uma sondagem solo?
Em primeiro lugar, é importante saber o que é o solo e como funcionam as suas características principais. Assim, basicamente, o solo se define por ser uma parte desagregada que está na superfície de um determinado relevo.
O solo é composto necessariamente por sedimentos, que podem ser orgânicos (microrganismos) ou inorgânicos (areia, argila, óxido de ferro, silte, entre outros).
Além disso, outra característica dos tipos de solo é que se transformam o tempo todo. As mudanças vão ocorrer por consequência de diversos fatores, como por exemplo: clima, a localização, os organismos que vivem neles, o material de origem e o relevo.
Como destacamos anteriormente, conhecer os tipos de solo é muito importante para a execução da fundação. Caso esse estudo não seja feito da forma correta, podem acontecer graves consequências para a construção.
Assim, por ser uma parte estrutural muito importante, a execução da fundação precisa ser feita a partir de todos os detalhes técnicos necessários.
Existem exemplos famosos em que o erro de dimensionamento da fundação causou problemas de estrutura e prejuízos enormes.
Um deles é o caso dos prédios tortos na orla de Santos, que se inclinaram ao longo do tempo. Isso ocorreu porque as construtoras responsáveis pelas obras fizeram os alicerces sem a profundidade necessária.
Após muito estudo e diversos anos foi possível realizar a técnica de reaprumo e corrigir a inclinação, mas isso custou um valor muito elevado.
Por isso é importante realizar estudos de solo e inteirar-se sobre todas as características necessárias. Um dos tipos de levantamentos mais importantes é o Standard Penetration Test (SPT), também conhecido como Ensaio de Sondagem à Percussão.
Esse estudo tem como objetivo conhecer os tipos de solo e também medir o nível de água, informação essencial para entender as condições do solo para receber a obra.
A sondagem solo não é obrigatória para obras de pequeno porte, mesmo assim é bastante recomendada para garantir o sucesso da obra. No entanto, para construções um pouco maiores, cujas cargas aplicadas no solo são elevadas, esse tipo de estudo é obrigatório para identificar as características do local.
Quais são os tipos de solo?
Na construção civil são conhecidos três tipos de solo mais comuns. No entanto, esse número não é exato, pois existe a mistura entre eles. Podem ser divididos pela densidade e também por como se comportam quando existe determinada pressão sobre eles.
Argiloso – Um dos tipos de solo mais comuns do Brasil. Ele é bastante importante, pois também é utilizado para fabricar tijolos, telhas, azulejos e pisos cerâmicos. Antigamente também se fazia uso como argamassa para a construção de edificações de taipa.
Ele é o contrário do solo arenoso, possuindo capacidade grande de aglutinação, ou seja, ele pode se tornar lama com muita facilidade.
Também é facilmente moldado pela água, já que possui grãos microscópicos e apresenta dificuldade de desagregação. Quando esse solo fica úmido, apresenta formação de barro plástico e viscoso.
Desse modo, para a construção civil é importante realizar um estudo de solo para saber qual fundação exatamente utilizar. Em geral, as fundações rasas são as mais utilizadas nestes tipos de solo.
Arenoso – Já o solo arenoso é composto principalmente por areia. Ele não apresenta alto índice de coesão, fazendo com que ele seja muito permeável e vulnerável a movimentações. Ou seja, é um grande desafio para a construção civil.
Nesse caso, são utilizadas fundações profundas com estacas de aço ou concreto armado para garantir segurança para a estrutura. No entanto, vale destacar que esse tipo de solo é bastante vantajoso para as estradas, pois não se tornam um lamaçal em época de chuvas e não levantam poeira nos períodos de seca.
Siltoso – Por último, o terceiro tipo de solo padrão é o siltoso, considerado um solo ruim e intermediário entre o arenoso e o argiloso. Também possui grãos microscópicos, porém não com o mesmo grau de coesão do tipo argiloso. Quando ele é molhado, também não apresenta a mesma plasticidade.
Além disso, ele não é bom para construção e requer fundações profundas. Podemos citar de exemplo de solo siltoso as estradas que formam grandes atoleiros em épocas de chuva e muito pó no período seco.
Além disso, ele tem grande possibilidade desse tipo de terreno ser vítima de erosão e desagregação natural. Ou seja, é um tipo de solo que demanda muito mais cuidados e manutenção.
Mistura dos solos e outros tipos – A mistura de solos é facilmente encontrada na construção civil e, por isso, é indicado o acompanhamento de um profissional antes de começar qualquer construção. Desse modo, um solo pode ser: argiloso-silte-arenoso ou ainda areia argilosa.
Ainda temos outros tipos de solo, como o Piçarra, que é formado por rochas decompostas, o Tabatinga ou Turfa, composto por argila e muita matéria orgânica, saibro, que consiste em uma mistura de argila com areia e por último o Moledo, que é rocha em estado de decomposição.